segunda-feira, 17 de junho de 2013

MUITAS VEZES

Muitas vezes escrevo
sobre minhas dores e temores.
Muitas vezes escrevo o amor,
Hoje escrevo o desamor,
essa falta de amor,
que corrói, que dilacera,
que nos mata aos poucos.
Muitas vezes sinto esse vazio
e o meu coração grita latente,
mesmo que para ouvir
a própria voz.
Muitas vezes escrevi
sobre meus encontros e desencantos.
Hoje escrevo a saudade
desse amor que nunca vivi.
                                        Lu Costa

Esse poema foi escrito em 2007, gosto muito dele e gostaria de dividir com vocês.

Situação de Aprendizagem do texto: "Pausa" - de Moacir Scliar





1) - A narrativa relaciona a fuga do cotidiano aos problemas e crises existenciais. Qual a relação que podemos fazer com o nosso dia a dia? Como as pessoas costumam fugir dos problemas?
2) - O que levava a personagem Samuel a sair todos os domingos pela manhã para dormir em um hotel?
3) - Após uma leitura silenciosa, quais fatos chamam a sua atenção quanto à vida cotidiana de um trabalhador?
4) - O texto “Pausa” apresenta em sua estrutura alguns parágrafos curtos. Quais relações existem entre esses parágrafos e o título da narrativa?
5) - Qual a intencionalidade do autor ao colocar o título “Pausa”?
6) - No trecho “Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas...”, quais lugares constituem essas características?
7) - Que imagem pode  ser feita do espaço em que o protagonista se refugia?
8) - Qual a relação entre o hotel simples, no cais, com a fuga das dificuldades diárias?
9) - Você concorda com as atitudes que Samuel demonstra  durante a narrativa?



Postado por: Lourdes Costa.

domingo, 16 de junho de 2013

O Abismo - Raul Rodrigues Neto

Olá Caros Cursistas, após a escolha das situações de aprendizagem nas postagens anteriores, gostaria de compartilhar com todos um texto de minha autoria. Boa leitura a todos!


“ Se olhares demoradamente para dentro do abismo, o abismo olhará para dentro de ti”. - FRIEDRICH NIETZSCHE





O abismo

No quarteirão do cemitério os postes estavam apagados, tudo ao redor
era luz, exceto o quarteirão do cemitério. Sem hesitar, a passos
calmos subi na calçada e comecei a caminhar pelo escuro caminho sem
me preocupar com o breu que me envolvia corpo e mente.
Aqueles eram dias difíceis em que eu não conseguia me encontrar
dentro de mim, desespero e culpa eram os meus dogmas.
Ao chegar ao meio do quarteirão, nas proximidades do portão, sinto
que não estava mais em um lugar comum. Sozinho o portão abre-se e de
dentro da morada da morte uma densa névoa se espalhava envolvendo-me.
Entro no cemitério.
O cheiro de putrefação emanava das árvores, do chão, das lápides. As
estátuas de anjos, Maria, Jesus e até um Buda começaram a se mover.
Todos me apontavam uma direção, um caminho a ser seguido através dos
túmulos.
Um coro distante de crianças lamuriantes podia ser ouvido.
A névoa continuava cada vez mais densa, a cada passo dado mais eu me
aprofundava no universo de Anúbis e Hades.
Túmulos pobres, lápides enormes, cruzes emparelhadas e mausoléus
abandonados. A diversidade de Perpétuas e Epitáfios era
impressionante, representantes de todas as classes socias ali
estavam. Todos haviam se encontrado com o mal comum.
A temperatura caíra, eu seguia o som do silêncio soar a cada suspiro
e sensação.
Fui seguindo os sinais das estátuas, até chegar a um túmulo que
ficava no fim de tudo. Era belo, porém, sombrio. Ao lado da
sepultura havia a escultura de um anjo, na mão direita ele carregava
uma harpa na esquerda uma espada que ele apontava para os céus.
Vultos em volta davam a impressão que estavam enterrando naquele
momento um defunto. Mas conforme me aproximei é que pude aqueles
vultos reconhecer.
Eram eles! Não podia ser, mas era!
Meus olhos se encheram de lágrimas, a boca ficou seca, as pernas
tremiam e o coração batia em descompasso quando eu os vi.
Aqueles que eu deixei morrer, aqueles que até hoje tenho pesadelos
por não ter impedido suas mortes.
Estavam todos quietos, pareciam ignorar minha presença, seus olhares
estavam fixos para a foto da pessoa que ali enterrada estava.
Cheguei perto da lápide e li o impossível, pois era meu nome que
estava gravado no epitáfio, minha foto estava no túmulo com uma data
de falecimento não muito distante.
O anjo do meu sepulcro começou a se mover, com movimentos leves ele
entrega a harpa para mim e com brutalidade crava sua espada em meu
peito. Sinto o sangue em minha boca.
Vou ao chão!
Quando acordo estava eu do outro lado do quarteirão do cemitério, os
postes estavam acesos, corri até o portão: estava trancado. Esforcei-
me para enxergar algo lá dentro, não havia névoa. A lua, clara,
iluminava todo o local, as estátuas estavam paradas do jeito que
deveriam estar. Não havia ferimento em meu peito.
Olho no relógio havia passado apenas um minuto desde o momento em
que pus os pés no quarteirão até atravessá-lo. Mas o que passei lá
dentro parecia ter se arrastado por horas.
Nos últimos dois anos, desde aquela noite, volto eu todas as noites
para o quarteirão do cemitério. Em busca de respostas, mas, os
postes nunca estão apagados, não há nevoa e as estátuas não mais se
movem.
Segundo a visão que tive, a data de minha morte se aproxima, mas não
me preocupo com isso, o fim é inevitável, ninguém sabe o que há
depois do abismo. Estou preparado para tudo.
Já não me encaixo mais a este mundo.


Raul Rodrigues Neto - 2006

Situação de Aprendizagem do texto: "Avestruz" de Mário Prata

Olá colegas!
Esta é a atividade que envio.
Rosemary Sílvia B. Gil.



Avestruz
Mário Prata
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, 
uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em 
Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era 
minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino 
conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo 
impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se 
entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A 
avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, 
deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado 
primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa 
uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a 
altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que 
não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de 
asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar 
que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois 
dedos em cada pé. 
Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. 
Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, 
olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em 
forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao 
seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que 
elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, 
entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com 
TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da 
minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de 
avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. 
Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, 
inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. 
máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, 
principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai 
bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz 
por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho 
mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2


ATIVIDADE DO TEXTO 


1-Você já ouviu a expressão "estômago de avestruz"? Por que esta comparação é feita?

2-Existem semelhanças entre os outros animais citados no texto e o avestruz? Quais seriam?

3- Por que não adequado criar um avestruz no apartamento?

4-Quais os principais acontecimentos da história na sequências em foram apresentados? Destaque o início, o meio e o fim.

5- Por que o menino só muda de ideia quando passa conhecer os hábitos alimentares do bicho?

6- Leia a frase "Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros". De acordo com esta afirmação percebemos que o narrador não concorda com essa criação divina. Relacione os argumentos que ele utilizou no texto para justificar sua opinião.

domingo, 9 de junho de 2013

Metamorfose de Lu Costa

Olá Danilo e amigos cursistas , como disse no fórum adoro escrever poesias, aprendi a ter prazer de escrever quando na quinta série a professora pediu que esccrevêssemos uma poesia do dia dos pais, como meu pai estava trabalhando fora  da minha cidade, eu sentia muita saudade e caprichei na poesia...então descobri o prazer de escrever poesias. Aqui vai uma delas, espero que gostem...


METAMORFOSE

Como uma borboleta
presa em seu casulo,
anseio pelo sublime
momento...
Em que romperei as amarras
e assim,
Renovada ...
Voarei livremente,
Na pálida  e colorida luz do sol...
Na imensidão do  céu...
Confundo as cores do arco - íris.
Entre brancas nuvens,
Planar...
E o  vento beijar,
E por entre  as flores viajar.
Efêmero instante...
Que sou viajante
Retorno  ao meu caminho,
E novamente sozinho.

                     Lu Costa

30 /06/2006

sábado, 8 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem do texto: "Meu primeiro beijo" de Antonio Barreto


Olá Danilo e colegas cursistas. Sou Helenice e no encontro presencial, trabalhei com o texto "Meu primeiro beijo", de Antonio Barreto.

Meu Primeiro Beijo - Antonio Barreto

É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de reperente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.

1ª Série Ensino Médio.
Atividades de Interpretação Textual 
1- A partir do título "Meu primeiro beijo" o que você espera encontrar no texto? Você se lembra do seu primeiro beijo?
2- Identifique no texto o fragmento em que fique evidente que:
a- os personagens ainda não haviam vivido a experiência do primeiro beijo.
b- eles se conhecem e de onde.
3- Explique:
a- de acordo com a linguagem denotativa o que a frase "você é a glicose do meu metabolismo", significa?
b- "estávamos virgens nesse assunto..."
c- "o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuiram ... e foi ficando nisso"
4- Levando em conta a época de produção de texto, como ocorre a experiência do primeiro beijo para a personagem principal? A qual público se destina?
5-  Qual o nível de linguagem no texto? Identifique fragmentos que comprovem a sua resposta.
6- Algumas expressões dialogam com outras disciplinas. Identifique-as e diga a qual disciplina se refere.
7- Identifique o trecho em que se observa uma maior demonstração de afeto entre as personagens.
8- Qual a relação de intertextualidade entre os textos "Meu primeiro beijo", de Antonio Barreto e "O meu primeiro beijo", de Clarice Lispector?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Chapeuzinho vermelho - Petit Chaperon Rouge. 

Bem a minha relação com os livros começou muito cedo, pois quando nasci ja tinha duas irmãs formadas professoras, uma delas quando  eu tinha 4 meses, passou seis meses na França, estudando na Université Paris - Sorbonne, viagem ganha por merito na faculdade de letras ( português - Francês).De presente, minha irmã me trouxe um livro de tecido com o conto de fadas - Chapeuzinho vermelho - Petit Chaperon Rouge. Ouvia histórias em francês quando pequena e me lembro que brigava quando ela queria me contar histórias em português...Acho que por isso adoro contar histórias para os meus alunos. E também adoro escrever, também aprendi a escrever primeiro do que a ler.

Postado por: Lourdes Costa